Carlo Ancelotti vai fazer a quarta partida no comando da Seleção Brasileira nesta terça-feira, 9/9, pela última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, a Canarinho vai a El Alto, à mais de 4 mil metros de altitude, e encara a Bolívia em busca dos últimos três pontos no torneio classificatório.
Desde que estreou com a camisa verde e amarela, o italiano arrancou um empate e duas vitórias e assegurou a classificação antecipada da Seleção para o Mundial do ano que vem, com um estilo de jogo marcado pela cautela e evolução tática: o time de Ancelotti ainda não sofreu nenhum gol.
Ainda que recente, já é possível comparar o início das passagens de Ancelotti e Tite pelo comando da Seleção Brasileira. Ambos chegaram ao cargo como ‘unanimidades’, em períodos marcados por atuações ruins e pela desconfiança do torcedor, e entregaram resultados que deram ‘fôlego’ à equipe.
Tite chegou à Seleção em 30 de junho de 2016 e fez sua estreia em 1º de setembro, com uma consistente vitória por 3 a 0 sobre o Equador, fora de casa. Depois, emendou uma sequência de vitórias e elevou o moral da equipe, que chegou à Copa do Mundo de 2018, na Rússia, como uma das favoritas ao título.
Ancelotti, por sua vez, desembarcou no Brasil com menos tempo para se preparar para a Copa. Diferentemente de Tite, que desde o primeiro jogo demonstrou valorizar o setor ofensivo, o italiano, até então, trabalha de maneira gradual, indo de um empate sem gols até a vitória por 3 a 0, com forte pressão ofensiva, sobre o Chile na última terça-feira, 4, no Maracanã.
Esperado para assumir a Seleção Brasileira ainda em 2014, após o 7 a 1 contra a Alemanha e a queda vexatória na Copa do Mundo do Brasil, Tite acabou preterido por Dunga, que faria sua segunda passagem, e só chegaria à Canarinho em 2016, após a equipe cair precocemente na Copa América sob o comando do tetracampeão.
Logo na primeira partida, Tite tinha um desafio nas alturas: encarar o Equador na altitude de Quito, também em uma Eliminatória. Ainda assim, saiu com a vitória por 3 a 0, com gols de Gabriel Jesus e Neymar Jr., com uma postura que o seguiria até o fim da passagem, marcada pela identidade tática clara e forte.
Tite ainda venceu a Colômbia por 2 a 1 em Manaus (AM) — a única partida em que a Seleção foi vazada em 2016, sob o comando do gaúcho — e ‘atropelou’ a Bolívia por 5 a 0 em Natal (RN) com um Brasil entrosado. O treinador encaixou um esquema fixo, ‘à la Europa’, com um projeto de jogo baseado em triangulações e posse de bola, além da pressão quando sem a posse.
Ancelotti, por sua vez, foi a grande — e última — aquisição do ex-presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, antes de seu afastamento. O italiano chegou à Seleção após um vexame histórico diante da maior rival, a Argentina, na derrota por 4 a 1 em Buenos Aires e que culminou na demissão do treinador Dorival Júnior.
A vinda de Ancelotti também tinha o objetivo de reconectar a Seleção Brasileira a seus torcedores, além de alcançar a classificação para o Mundial e implementar um padrão moderno na equipe.
Fonte: Terra