Salários vitalícios superam R$ 36 mil por mês ou 25 salários mínimos
Cinco ministros do governo Lula têm as esposas nomeadas como conselheiras em Tribunais de Contas, órgãos responsáveis por fiscalizar as contas dos governos estaduais e municipais. O levantamento foi feito pelo jornal Folha de São Paulo e inclui as esposas dos ministros Camilo Santana (Educação), Rui Costa (Casa Civil), Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Integração Nacional) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).
A mais recente nomeação ocorreu na sexta-feira, 13/12, quando a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou Onélia Santana, psicopedagoga e esposa do ministro da Educação, para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado (TCE-CE). Onélia terá mandato vitalício, com aposentadoria obrigatória aos 75 anos, e receberá um salário mensal de R$ 39,7 mil. A nomeação foi respaldada pelo fato de o marido, Camilo Santana, ser um dos principais líderes petistas no estado.
Outras indicações de esposas de ministros
Na Bahia, a enfermeira Aline Peixoto, casada com Rui Costa, atual ministro-chefe da Casa Civil, foi eleita conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA) já durante o governo do presidente Lula. No cargo, Aline recebe um salário mensal de R$ 41,8 mil e, assim como os demais conselheiros, terá aposentadoria compulsória aos 75 anos.
A prática de nomeações semelhantes se repetiu em outros estados. Em 2022, Marília Góes, esposa de Waldez Góes, assumiu o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Amapá. A nomeação ocorreu enquanto Waldez ainda era governador do estado. Inicialmente, sua posse foi suspensa pela Justiça, mas a decisão foi revertida posteriormente. Marília, que é delegada de polícia, já havia exercido o cargo de deputada estadual pelo PDT antes de se tornar conselheira.
Outra nomeação aconteceu em Alagoas, onde Renata Calheiros, esposa do ministro dos Transportes, Renan Filho, foi eleita conselheira do Tribunal de Contas do Estado no fim de 2022. A eleição ocorreu em um contexto no qual o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), era aliado político de o marido. Formada em Administração, Renata assumiu o cargo em um órgão responsável por fiscalizar a gestão estadual.
No Piauí, Rejane Dias, esposa de Wellington Dias, foi aprovada pela Assembleia Legislativa em janeiro de 2023 para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI). Rejane, que também é formada em Administração, tem trajetória política como deputada federal, deputada estadual e foi secretária estadual na gestão do próprio Wellington Dias, quando ele era governador do estado. Sua indicação para o cargo foi feita pelo governador Rafael Fonteles, sucessor de Wellington no governo piauiense.
Fonte: Plox
