Lucas Bove foi denunciado por abusos contra ex e MP pediu prisão preventiva
O Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça a prisão preventiva do deputado estadual Lucas Diez Bove (PL), acusado de reiterar o descumprimento das medidas protetivas concedidas à ex-esposa, a influenciadora digital Cíntia Chagas. O pedido está na denúncia apresentada pela Promotoria na quinta-feira, 23/10, que aponta perseguição, violência psicológica, violência física e ameaças.
Segundo o MP, o parlamentar teria ignorado decisões judiciais durante cerca de um ano, mesmo após ser intimado pessoalmente e receber alertas por meio de advogados. O texto afirma que Bove agiu demonstrando “claro desprezo” às proibições impostas e que as medidas impostas não garantem mais a segurança da vítima. A Promotoria solicitou também que a Assembleia Legislativa de São Paulo adote providências administrativas em relação à conduta do parlamentar.
A ex-esposa, que soma mais de 7,6 milhões de seguidores nas redes sociais, denunciou o deputado em 2023. Ela relatou que, enquanto mantinham um relacionamento de mais de dois anos, foi alvo de diversos episódios de abuso psicológico e físico. O MP descreve na denúncia que Lucas praticava intimidações emocionais, “manuseando a arma de fogo que possui e a apontava para a direção da vítima, como se fosse uma brincadeira” enquanto fumava maconha. Há ainda o relato de que ele arremessou uma faca na direção da perna de Cíntia.
Outras situações foram incluídas, como beliscões intensos e apertões nos seios da vítima diante de outras pessoas, além de ameaças de morte caso suspeitasse de traição. O documento diz que Bove dizia que pediria ao segurança que escondesse o corpo caso concretizasse as ameaças.
Apesar de investigações em curso, em agosto deste ano o Conselho de Ética da Alesp arquivou uma denúncia contra o parlamentar por quebra de decoro, relacionada ao mesmo caso, mas a presunção de inocência está a Constituição Federal, ou só vale para um lado?
A Promotoria também reuniu publicações feitas pelo deputado nas redes sociais. No início, seriam indiretas sobre o processo, evoluindo para postagens em que citava expressamente o nome da vítima e fazia referências ao caso, o que contraria ordem judicial que proibia manifestações sobre o assunto. O MP aponta que as publicações expuseram a influenciadora, insinuaram que ela mentia e divulgaram conteúdo que atingiu sua dignidade, acarretando desgaste emocional e revitimização.
A defesa de Cíntia informou que os episódios de descumprimento foram relatados repetidas vezes à Justiça, com dados e provas. Para a Promotoria, medidas alternativas já não surtem efeito. O órgão menciona ainda a existência de “notícia de histórico de violência” e uma segunda denúncia já oferecida contra o deputado.

