Oito pessoas foram presas na quinta-feira, 4/9, durante a ‘Operação Grilagem S.A’, deflagrada pelo Ministério Público da Bahia e SSP (Secretaria de Segurança Pública da Bahia) em Camaçari, Candeias e Salvador. Entre elas estão empresário, policiais militares e servidor público e serão investigadas por operarem uma rede criminosa especializada na apropriação indevida de terras urbanas e rurais (grilagem) e por outros crimes, como corrupção ativa e passiva. Também foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão.
Os presos foram os policiais militares soldado Édson Carvalho de Lima, capitão Fernando dos Santos Ribeiro, soldado Jorge Luís de Jesus Santos e o policial civil Josemar da Cruz de Oliveira, lotado na Delegacia do Rio Vermelho, em Salvador; o ex-servidor público André Abrígio Brito de Santana, o empresário do ramo da engenharia Walter Nunes Seijo Filho, além de Neudimar Jesus Santos e Ezequiel Barbosa Ribeiro
Além dos mandados de prisão, também foram cumpridas 11 ordens de busca e apreensão. As ações foram deflagradas nos Bairros da Pituba, Bairro da Paz, Piatã, Itapuã e Chame-Chame, na capital baiana, além de Itacimirim, na cidade de Camaçari, e em Candeias.
Entre os presos estão quatro policiais que, segundo as investigações, utilizavam sua posição para facilitar as ações do grupo criminoso. Dois empresários foram alvos, um deles foi preso em flagrante. A ação é a terceira fase da ‘Operação Crickets’ e contou com a participação das equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais) do MPBA, da Force (Força Correcional Especial Integrada da Corregedoria Geral) da SSP, e das Corregedorias das Polícias Militar e Civil.
Segundo as apurações conduzidas pelo Gaeco, a organização criminosa atuava de forma estruturada e meticulosa, dividindo suas atividades em cinco fases: identificação e invasão de terrenos, afugentamento de opositores, edificação de construções, falsificação de documentos e regularização da posse, e, por fim, a venda dos imóveis a terceiros de boa-fé. O grupo utilizava violência e ameaças para garantir o domínio das áreas invadidas, contando com o apoio de agentes de segurança pública.
Denúncia
A ‘Operação Grilagem S.A’ é um desdobramento de investigações do Gaeco iniciadas com a ‘Operação Crickets’, deflagrada em março de 2022. A atuação do MPBA contra o esquema de grilagem já resultou em denúncia criminal recebida pelo Tribunal de Justiça da Bahia. Na ação penal, que corre sob segredo de Justiça, o MPBA aponta envolvimento de agentes de segurança e de servidores públicos na regularização fraudulenta de terras invadidas, com manipulação de processos administrativos para garantir a impunidade do grupo criminoso.
Fonte: Ascom SSP/BA