Qatar, a copa da desumanidade e da falta de vergonha
Um antro de corruptos e banditismo, as entidades esportivas, inclusive, a Fifa, aceiou uma competição num país que subjuga as mulheres e não respeita as liberdades
O futebol, o mais popular dos esportes, chega ao ápice do escárnio e desumanidade ao realizar uma Copa do Mundo, que se pode dizer talvez semelhante apenas à Olimpíada, vai ser realizada a partir de amanhã (fora de época de todas até aqui realizadas) num país que subjuga as mulheres (não têm praticamente nenhuma liberdade) e onde as preferências são limitadas sendo perseguidos, condenados e as vezes presos alguém que, na via da aristocracia, subverte a ordem por ser diferente na orientação sexual.
Ainda assim, e para mim não é novidade, a Fifa (de recentes escândalos de corrupção) e as entidades nacionais, não muito diferentes, aceitaram as imposições do Qatar, um emirado absolutista e hereditário, para promover uma copa. Por que será?
As copas de alguns anos para cá se transformaram em uma atividade lucrativa, recreativa (para quem vai assistir) e uma competição esportiva onde quem entra quer vencer, ganhar.
Cinicamente, esses dirigentes esportivos – que fazem parte de uma organização com visão delituosa – estão lá sabendo de tudo isso, mas é como se estivessem num habitat.
As mulheres são tratadas como seres de terceira classe, pior que gatinhos e cachorros de madame, não têm o direito de viver, apenas vegetar, os nativos, de orientação sexual diferente do que determinam as autoridades, vivem como no tempo escravocrata.
Mas alguns podem dizer: houve copas na África do Sul, país para os níveis mundiais considerado de população pobre, e Rússia, de histórico de falta de liberdade, mas nada se compara ao Qatar.
Ou seja, assim como o Mundo ignorou a invasão do Iraque, mas diferente e corretamente combate a invasão da Ucrânia, essas autoridades corruptas, desumanas e que ficam distantes de quem não lhe dá retorno econômico, estão pouco se lixando se morreram milhares de trabalhadores, não se sabe se 3, 4 ou 6 mil durante a construção dos equipamentos, que as mulheres continuarão submissas e haverá perseguição de outras tendências sexuais.
Além disso, todos os dirigentes que aceitaram, e os que lá estarão, vão ignorar a situação dos nativos (que pode ser catarense, catari, catariano), que a maior parte dos 2,9 milhões são praticamente chicoteados. Na média, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humanos) do país é alto: 8,48 (quanto mais próximo de 1 é positivo).
E espero que o pé para no nosso futebol não funcione para a Seleção Brasileira. Somente não garanto assistir aos jogos.
Assim pediu o presidente Infantino da Fifa: “se não gostou, não assista”. Mas não faltam sadomasoquistas no animal racional que age pior que os não racionai.
Yancey Cerqueira. Dr. h.c
Radialista DRT 06