Ex-ministro da Defesa falou sobre a crise dos indígenas durante palestra para promover livro, na noite de quinta-feira, 26, em Altamira
O ex-ministro da Defesa e Ciência de Tecnologia do governo Dilma Roussef, Aldo Rebelo, disse, em palestra na noite de quinta-feira, 26/1, que “a tragédia dos yanomamis não é novidade”. A palestra, intitulada Desenvolver e sobreviver na Amazônia com proteção ao meio ambiente, faz parte da promoção de seu livro O quinto movimento, cujo subtítulo é Propostas para uma construção inacabada.
Durante a palestra, o ex-ministro chama atenção o interesse estrangeiro na Amazônia, que ele destaca como a maior reserva de biodiversidade do mundo e a maior reserva de água doce do mundo. “A partir de agora o mundo vai conhecer a guerra pela água”, prevê.
Rebelo conta que foi em 2000 a Roraima, onde se concentra a crise dos yanomami, enquanto presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. “Fomos a uma área indígena, acho que era Surucucu. Chegando lá, fomos a uma aldeia. Tinha uma moça, de uma ONG, jovenzinha”, relata o ex-presidente da Câmara.
Segundo Rebelo, apenas a entrada foi permitida — os militares que o acompanhavam tiveram de ficar de fora. “Você entra na oca, a fuligem, fumaça. Os índios com as costelas de fora, subnutridos. Tuberculose. Quando eu voltei, os médicos disseram: ‘o senhor tem que fazer um exame, que aquela área é muito contaminada de tuberculose’. Os índios comendo banana verde, uma mandioca assada, não tem proteína, porque eles não caçam mais”, descreveu.
